segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

KAKI KING CONHECE????? POIS DEVERIA!!! HEHEHE!


As coisas andam tão mudadas que nem os "guitar heroes", os virtuoses do instrumento, parecem mais os mesmos. Com rostinho de nerd e de garota frágil, a norte-americana Kaki King vem sendo apontada como uma das grandes revelações do violão e da guitarra instrumentais, a ponto de conquistar uma geração que ouve música mais no computador do que no aparelho de som e é constantemente acusada de não prestar atenção em detalhes. Aos 28 anos, Katherine Elizabeth King vem ganhando cada vez mais visibilidade com suas performances em cima do palco, programas de TV e filmes como "O som do coração", além das participações em discos de artistas mais conhecidos do grande público como Foo Fighters e a dupla canadense Tegan and Sara. Mas a instrumentista, que já foi tema de artigos de publicações especializadas sobre o seu estilo, se distancia do artifício "técnica pela técnica" - que acomete muitos virtuoses. Ela costuma usar bastante o "tapping" (um som tirado da guitarra ao pressionar as cordas como se fossem teclas de um piano e que tem Stanley Jordan como um de seus grandes expoentes), mas diz sempre privilegiar a composição em vez de fazer uma exibição gratuita de suas habilidades. Kaki King começou a tocar com cinco anos de idade por incentivo de seu pai (a quem descreve como uma pessoa vital para trilhar o caminho da música), ao começar o aprendizado de violão clássico. Ela diz que à época não era uma grande entusiasta das aulas, mas na adolescência adotou definitivamente a carreira musical ao ganhar trocados em apresentações em plataformas de metrô. Mas o gosto por fazer composições próprias resultou em seu primeiro disco de carreira, "Everybody loves you", lançado por uma pequena gravadora em 2003. No ano seguinte, ela já soltaria seu segundo disco, "Legs to make us longer".

Ela afirma que a melancolia é uma das forças inspiradoras em sua música: "Não é nunca um sentimento do tipo: 'Eu me sinto tão feliz hoje! Acho que vou sentar e compor um disco'. Isso geralmente vem de tristeza e de se sentir desgraçada. A música tem um efeito terapêutico", afirmou Kaki King em entrevista ao programa "Here with Josh & Sara".

Em 2006, ela foi produzida pelo líder do grupo Tortoise, John McEntire, no disco "Until we felt red" e se aproximou de sonoridades experimentais. Seu mais recente foi "Dreaming of revenge", lançado neste ano, em que tem uma banda por trás e apresenta seus belos vocais.

Sintomático dos tempos de hoje, em que temas pessoais às vezes se sobrepõem ao trabalho artístico, a sexualidade de Kaki King também não deixa de ser abordada. Abertamente lésbica, a violonista, além de discutir como desenvolve sua técnica de tapping, também costuma falar em entrevistas sobre a descoberta de sua opção sexual. Mas nada que seja suficiente para tirar o foco sobre o brilho de sua música. Kaki King não é uma instrumentista mulher ou uma instrumentista lésbica, mas simplesmente uma instrumentista, e das mais talentosas.



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