quarta-feira, 12 de maio de 2010

Relação com Simone de Beauvoir rompeu barreiras

Eles formaram o casal símbolo das esperanças libertárias dos tempos modernos. O amor e a paixão da amizade, que os uniram por mais de 50 anos, até a morte de Sartre, consolidaram-se em torno de um objeto comum: a verdade. Mas como é impossível viver na verdade, o encontro entre Sartre e Simone inaugurou-se com uma mentira. Em 1929, quando se licenciou em filosofia na Sorbonne, Beauvoir estava envolvida em uma relação platônica com André Herbaud, amigo de Sartre.

O que mais sabia
Quando Jean-Paul propôs-lhe um encontro, Simone inventou uma desculpa e pediu a sua irmã que a substituísse. Esta, ao voltar do passeio, disse que Sartre engoliu a mentira "cortesmente".
Poucas semanas depois, Castor [forma como Simone era chamada por Sartre] entraria com Herbaud e Nizan no quarto de Sartre para estudar Leibniz. Já no primeiro encontro percebeu que Sartre era o que mais sabia no grupo. Ganhava todas as discussões, mas mostrava uma genuína alegria em compartilhar seu saber. "Era um maravilhoso treinador intelectual", escreveu Simone em seu diário. Sartre estava com 23 anos, Simone, com 21. Depois desse primeiro contato, seguiu-se um período de alegre camaradagem entre Simone e os três rapazes, que a consideravam como uma igual: a moça de família burguesa e formação católica não se chocava com a liberdade da conversa masculina.
Em pouco tempo, a amizade de Sartre prevaleceu sobre a dos outros dois: "Todo tempo que não passava com ele era tempo perdido".
Para Beauvoir, Sartre foi o companheiro que não exigiu que ela renunciasse a si mesma. Para ele, Castor foi a cúmplice em um projeto que raras mulheres de sua geração aceitariam: uma parceria amorosa radicalmente antiburguesa, que excluía casamento, filhos, formação de patrimônio.
Uma união em que o pensamento e a escrita sempre estiveram em primeiro lugar, seguidos do companheirismo, do prazer da conversa, da paixão pela política. "Bruscamente, não me achava mais só", escreveu Simone, surpresa por ter encontrado um homem que a dominava intelectualmente, mas que a estimulava para que se tornasse sua igual. "Com ele, poderia sempre tudo partilhar."
Não foi um arroubo de juventude. Sartre e Simone bancaram, durante 51 anos, a ousada proposta do que Benjamin Péret chamou de "amor sublime", entre homem e mulher capazes de fazer, do encontro amoroso, condição de sublimação. Sartre não tinha interesse em dominar Simone. Sua liberdade o interessava, assim como seu talento e sua produção escrita. Foram sempre os primeiros leitores dos livros que um e outro escreviam.
Nunca moraram na mesma casa. Mesmo durante a doença de Sartre, os hábitos do agradável cotidiano compartilhado respeitavam os limites da autonomia de cada um. Passavam, juntos, uma parte das férias; depois, cada um viajava para o seu lado. "Mas a separação de Sartre sempre era um pequeno choque para mim", escreveu Beauvoir.
A longa lista de casos amorosos de Sartre, todos do conhecimento de Simone, tinha relação com o prazer que ele sentia em ocupar, diante de outras mulheres, a posição masculina tradicional, de domínio e poder.

Certa deserotização
É possível que o racionalismo que marcou a parceria entre Sartre e Simone, condição para que o casal sobrevivesse à arriscada proposta da liberdade sexual de ambos, tenha lhes custado o preço de uma certa deserotização. Na longa entrevista que Sartre concedeu à sua companheira em 1974, o interesse dele por outras mulheres foi discutido abertamente; àquela altura, o triunfo de Beauvoir sobre todas as outras estava consolidado. Com outras mulheres, Sartre experimentava o mundo singular de cada uma. Porém "o mundo, eu o vivia com você". Parecia um amor esfriado; talvez não fosse. "Amo muito você, minha querida Castor", teria lhe dito Sartre no hospital, dois dias antes de morrer.
A morte de Sartre deixou Simone em estado de choque. Tentou deitar-se junto do corpo dele no leito do hospital, debaixo dos lençóis. Ficou seriamente doente.

Maria Rita Kehl
Folha de S.Paulo, Mais!, 12.6.2005

sábado, 8 de maio de 2010

BOB MARLEY - tributo nesta terça 11.maio no live




Robert Nesta Marley, mais conhecido como Bob Marley (Nine Mile, 6 de fevereiro de 1945Miami, 11 de maio de 1981) foi um cantor, guitarrista e compositor jamaicano, o mais conhecido músico de reggae de todos os tempos, famoso por popularizar o gênero. Grande parte do seu trabalho lidava com os problemas dos pobres e oprimidos. Ele foi chamado de "Charles Wesley dos rastafáris" pela maneira com que divulgava a religião através de suas músicas.

Bob foi casado com Rita Marley, uma das I Threes, que passaram a cantar com os Wailers depois que eles alcançaram sucesso internacional. Ela foi mãe de quatro de seus doze filhos (dois deles adotados), os renomados Ziggy e Stephen Marley, que continuam o legado musical de seu pai na banda Melody Makers. Outro de seus filhos, Damian Marley (vulgo Jr. Gong) também seguiu carreira musical.

Juventude

Bob Marley nasceu em 6 de fevereiro de 1945 em Saint Ann, no interior da Jamaica, filho de Norval Sinclair Marley, um militar branco, capitão do exército inglês e Cedella Booker, uma adolescente negra vinda do norte do país. Cedella e Norval estavam de casamento marcado para 9 de julho de 1944. No dia seguinte ao seu casamento, Norval abandonou-a, porém continuou dando apoio financeiro para sua mulher e filho. Raramente os via, pois estava constantemente viajando. Após a morte de Norval em 1955, Marley e sua mãe se mudaram para Trenchtown, uma favela de Kingston, onde o garoto era provocado pelos negros locais por ser mulato e ter baixa estatura (1,63 m), além de ter uma juventude muito difícil, Bob Marley começou a usar maconha com 7 anos.

Carreira musical

Princípio

Marley começou suas experimentações musicais com o ska e passou aos poucos para o reggae enquanto o estilo se desenvolvia. Marley é talvez mais conhecido pelo seu trabalho com o grupo de reggae The Wailers, que incluía outros dois célebres músicos, Bunny Wailer e Peter Tosh. Livingstone e Tosh posteriormente deixariam o grupo para iniciarem uma bem-sucedida carreira solo.

A maioria do trabalho inicial de Marley foi produzida por Coxsone Dodd no Studio One. O relacionamento dos dois se deterioraria mais tarde devido a pressões financeiras, e no começo da década de 1970 ele produziu o que é considerado por muitos o seu melhor trabalho, então pelas mãos de Lee "Scratch" Perry. A dupla também se separaria, desta vez por problemas com direitos autorais. Eles trabalhariam juntos novamente em Londres, e permaneceriam amigos até a morte de Marley.

O trabalho de Bob Marley foi amplamente responsável pela aceitação cultural da música reggae fora da Jamaica. Ele assinou com o selo Island Records, de Chris Blackwell, em 1971, na época uma gravadora bem influente e inovadora. Foi ali, com No Woman, No Cry em 1975, que ele ganhou fama internacional..

Tiroteio e violência eleitoral

Bob Marley & The Wailers ao Vivo no Crystal Palace Park durante a Uprising Tour.

Em 1976, dois dias antes de um show gratuito organizado por Bob Marley e o então primeiro-ministro jamaicano Michael Manley durante as eleições gerais, Marley, sua esposa Rita e o empresário Don Taylor foram baleados na residência do astro em Hope Road. Marley sofreu ferimentos leves no braço e no tórax. Don Taylor levou a maior parte dos tiros em sua perna e torso ao andar acidentalmente na frente da linha de fogo. Ele foi internado em estado grave mas recuperou-se. Rita Marley também foi internada após um grave ferimento na cabeça. Acredita-se que o tiroteio teve motivações políticas (os políticos jamaicanos eram em geral violentos na época, especialmente quando as eleições se aproximavam). O concerto foi visto como um gesto de apoio ao primeiro-ministro, e supostamente Marley foi alvo dos defensores do partido conservador da Jamaica, o Jamaican Labour Party. Embora a polícia nunca tenha pego os atiradores, os seguidores de Marley mais tarde "acertaram as contas" com eles nas ruas de Kingston. Além disso, o Candidato Michael Manley foi eleito.

Final de carreira

Bob Marley deixou a Jamaica no final de 1975 e foi para a Inglaterra, onde gravou os álbuns Exodus e Kaya e onde também foi preso pela posse de um cigarro de maconha. Ele lançou a música Africa Unite no álbum Survival em 1979, e então foi convidado a tocar nas comemorações pela independência do Zimbabwe em 17 de abril de 1980.

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CONTINUA...


domingo, 2 de maio de 2010

O REI DA VILA

Vila tem novo rei

O potiguar Jadson André conquistou ontem, em Imbituba, a etapa brasileira do circuito mundial

O potiguar Jadson André conseguiu, ontem à tarde, na Praia da Vila, algo que parecia impossível. Venceu o Billabong Pro Santa Catarina, etapa brasileira do circuito mundial de surfe, e superou, na final, o maior surfista de todos os tempos, o norte-americano Kelly Slater.

Foi um duelo de gerações. Estreante e mais novo competidor no World Tour (WT), Jadson, 20 anos, nem estava na lista dos favoritos. Mas ganhou confiança após cada bateria e foi o surfista que arriscou as manobras mais inovadoras durante todo o campeonato.

Na final, com ondas de um metro de altura, encarou o mito Slater, 18 anos mais velho e nove títulos mundiais no currículo. Jadson teve a calma de um veterano e construiu sua vitória com talento e estratégia. Na primeira onda, para a esquerda, o brasileiro completou duas manobras aéreas com giros de 360 graus, e na última, para a direita, desferiu cinco batidas e virou o placar.

Slater precisou de uma nota 7,9, e fez lembrar o ano passado, quando venceu a etapa ao superar o também brasileiro Mineirinho. Desta vez, ele só conseguiu um 7,5 e não bateu o rival. Nos últimos cinco minutos, a tensão tomou conta da Praia da Vila.

Jadson foi estrategista e usou a tática de manter a prioridade para pegar a onda. Marcou Slater e garantiu o título. Comoção geral na Vila. Desde 1998 um brasileiro não vencia a etapa nacional, quando Peterson Rosa foi campeão no Rio.

– É o dia mais feliz da minha vida. Nem sei o que falar, mas agradeço a Deus, a equipe e a todos que estão aqui – declarou Jadson André.

VEJA VC MESMO! PARABÉNS JADSON! EH NOIZES!

WT Brazil 2010 - Jadson André round 4 and quarters from Guilherme Solano on Vimeo.