terça-feira, 22 de novembro de 2011

A AfricanoArquivo

História, memória e Consciência Negra no Arquivo Público!

O Arquivo Público do Estado (APERS) é uma instituição que reconhece seu potencial e sua responsabilidade como espaço de memórias. Nesta perspectiva, desenvolve projetos relativos à história da escravidão e liberdade, buscando ressaltar a contribuição dos africanos e afrodescendentes na constituição histórica de nosso país, nossa cultura, nossa forma de ver o mundo.

Em 2011 não será diferente: queremos um espaço para refletir a respeito da cultura afrobrasileira, do legado de nossos antepassados que ajudaram a construir a sociedade do presente, e do papel que temos hoje para concretizar uma sociedade mais justa e plural em um breve futuro.

Assim, o APERS convida:

23/11/2011, quarta-feira

18h Roda de contação de histórias: documentos & memórias de um legado africano

18:40h Intervenção teatral

19h Exibição comentada do filme Besouro

(2009) Direção: João Daniel Tikhomiroff

20:30h Debate & Apresentação de Capoeira Nação

Local: Arquivo Público do Estado do RS

Rua Riachulelo, 1031, Porto Alegre/RS

Entrada Franca!

Informações: (51)3288-9117 ou projetocultural@sarh.rs.gov.br

Associação dos Amigos do APERS

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Abaixo-assinado a favor da livre associação pública, liberdade de expressão e pela garantia de emprego aos trabalhadores da cidade baixa.

Para:Prefeitura Municipal de Porto Alegre

Cultura é um patrimônio público, mas, infelizmente, há poucas instituições dispostas a preservá-la, fortalecê-la e democratizá-la. Embora a exaltação da cultura popular faça parte da maioria dos discursos de propaganda política em períodos eleitorais, há muito tempo não é possível observar na conduta da Prefeitura da Porto Alegre uma real preocupação com o tema.

Apoio à cultura não significa apresentar a cidade como sede de grandes eventos, ao qual a grande maioria dos porto-alegrenses não tem acesso devido aos altos preços. Apoio à cultura significa promover o contato do conjunto da população com bens culturais, tanto quanto incentivar a produção desses bens por parte da própria população. Em nenhum desses dois eixos o poder público municipal tem apresentado ação satisfatória.

Os artistas da Música Popular Brasileira em nossa cidade encontram diversos obstáculos para realizar seu trabalho. Embora lidem com um bem de caráter essencialmente público - a cultura -, não há incentivo governamental para que produzam e circulem sua arte. Pelo contrário: cada vez são impostas mais dificuldades.

Por isso, repudiamos a ação da Prefeitura, através da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (SMIC), que, na última quinta-feira, 10 de novembro, promoveu um verdadeiro arrastão na Cidade Baixa, tendo fechado 22 estabelecimentos. Muitos destes abrem suas portas e oferecem palco para a promoção da Música Popular Brasileira feita por artistas que nem sempre encontram outro local para apresentar seu trabalho. São casas que geram empregos e garantem espaço para os artistas trabalharem e exporem.

Entender a cultura como bem público significa cobrar que a Prefeitura cumpra seu papel de incentivadora da mesma. Os locais que têm condições de garantir as reformas e as condições necessárias para funcionamento estão localizados em áreas nobres da cidade, e, em geral, não oferecem espaço para a música popular e muito menos oferecem acesso para a maioria população da cidade.

Todos(as) queremos segurança. Mas queremos que a Prefeitura cumpra seu papel, e não que opte pela saída "fácil" e meramente propagandística de fechar estabelecimentos como solução para o problema. Essa ação é mera "maquiagem", não resolve o problema e apenas penaliza trabalhadores e artistas.

Todos(as) queremos que a tranquilidade dos moradores e moradoras seja garantida. Mas para isso, é necessário também que a Prefeitura facilite a realização de reformas nos estabelecimentos de modo a preservar seu funcionamento.
Não podemos aceitar a criminalização e a marginalização da atividade produtiva de tais estabelecimentos, fundamentais para a promoção da cultura, do turismo, do entretenimento e do lazer em nossa cidade. Portanto, exigimos a imediata liberação para funcionamento das casas que têm condições de abrir, mas cujos processos estão parados na burocracia da SMIC.

Valorizar a cultura popular numa cidade vigorosa como Porto Alegre é um grande desafio. É preciso estar à altura dele.


Os signatários
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N16685

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Programação do Quilombo Central na XXVII Semana da Consciência Negra de POA





Quilombo Central: governo do estado promove ações integradas do Ano Internacional dos Afrodescendentes

A Secretaria de Estado da Cultura (SEDAC) promove atividades que vão celebrar o Mês da Consciência Negra no Estado do Rio Grande do Sul, a partir da Diretoria da Cidadania Cultural com suas Coordenações de Culturas Populares e Diversidade Cultural. O projeto articula os setores organizados da sociedade em uma construção coletiva e democrática para promover a reflexão do povo negro no estado do Rio Grande do Sul, no ano em que a ONU reivindica como Ano Internacional dos Afrodescedentes. O evento acontece de 14 a 21 de Novembro no Largo Zumbi dos Palmares na Avenida Loureiro da Silva em Porto Alegre/RS.

A partir de representações de secretarias do governo estadual, prefeitura municipal de Porto Alegre e seguimentos da sociedade civil organizada, foi formada uma comissão organizadora do projeto “Quilombo Central”. Seus integrantes fazem uma avaliação sobre a importância da união dos diversos seguimentos da sociedade, demonstrando os avanços dos processos como reflexão das lutas do povo negro referendando o Herói Negro Zumbi dos Palmares. O projeto “Quilombo Central” pretende mobilizar um bom público no Largo Zumbi dos Palmares durante as atividades programadas.

O projeto “Quilombo Central” estabelece como um marco do papel do estado em sua relação com os movimentos dos direitos do povo negro na consolidação do espaço de Zumbi dos Palmares no imaginário dos negros do Rio Grande do Sul, resgatando os valores simbólicos das suas lutas na construção e efetivação da diversidade cultural do estado brasileiro. As diferentes lideranças do povo negro refletiram durante a formação dos GTs (Grupos de Trabalhos) do projeto Quilombo Central sobre as políticas públicas que tratam as conseqüências da diáspora africana. Os organizadores do evento estabelecem “que as diversas atividades socioculturais que vão acontecer de 14 a 21 de novembro, culminando com a grande Marcha de Zumbi dos Palmares no dia 21 vão deixar registrado seu legado de consciência negra para o Estado do Rio Grande do Sul, para o Brasil e para o mundo”, conclui o coletivo.


Programação do Projeto Quilombo Central

(De 14 á 21 de novembro de 2011)

DIA 14 DE NOVEMBRO - Segunda Feira

09: 00h – ABERTURA DA FEIRA DE PRODUTOS

11: 00h – ATO RELIGIOSO – BABADIBA

17: 00h – ATO DE ABERTURA INSTITUCIONAL

ASSINATURA DO DECRETO DO PROGRAMA MUNICIPAL DE POLÍTICAS DE IGUALDADE RACIAL ASSINATURA DO PROJETO DE LEI DO “CENTRO DE REFERÊNCIAS AFRO BEASILEIRA”.

18: 00h – SHOW COM NEGRAS EM CANTO

GRUPO PURO SAMBA

CIA DA DANÇA OMODUA

DIA 15 DE NOVEMBRO – Terça-Feira

09: 00HS – MNU – SEMINÁRIO JUVENTUDE E DROGAS uma PARTE

14 00HS – ATIVIDADE DE BABA MARCIOTEOLOGIA DAS RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA.

14: 00HS – MNU – SEMINÁRIO JUVENTUDE E DROGAS 2 PARTE

14: 00 – ATO PMPA – ASSINATURADO DECRETO DE “RECONHECIMENTO DOS QUILOMBOS AREAL, FIDELIX E FAMÍLIA SILVA”.

18: 00HS - INTERVENÇÃO CULTURAL – HIP HOP

DIA 16 DE NOVEMBRO – Quarta-Feira

DIA BRASIL ESTRANGEIRO – OFICINA

14: 00h – ATIVIDADE SINDSERF

14: 00h – CEPPIR – GHC – OFICINAS

18: 00h – ATIVIDADE SINDSERF – O NEGRO NO MERCADO DE TRABALHO

DIA 17 DE NOVEMBRO – Quinta-Feira

09: 00h – SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS DA LEI 10.639 – SEDUC

12: 00h – ATIVIDADE EXTRA DA SEDUC – SOPAPOS

13: 00h – FÓRUM PERMANENTE DE EDUCAÇÃO- UNEGRO E ENTIDADES DO MOV. NEGRO

14: 0h – ASSINATURA DO TERMO DE COOPERAÇÃO DO PROJETO TERRITÓRIOS NEGROS – PMPA

18: 00h – GRAVAÇÃO DO PROGRAMA DA TVE-HIP HOP

DIA 18 DE NOVEMBRO – Sexta-feira

09: 00h ATIVIDADE DA SECRETARIA DE COMBATE AO RACISMO DA CUT/SINDSAÚDE

14: 00 h ATIVIDADE DA SECRETARIA DE COMBATE AO RACISMO DA CUT

14: 00h ENCONTRO DE MULHERES NEGRAS- SPM

14: 00h ATIVIDADE EXTERNA – SUSEPE AFROCENA NA PENITENCIÁRIA PELETIER- SSP

17: 00 h LANÇAMENTO DO SITE DO GABINETE DO POVO NEGRO

18: 00h – AFROCENA NO QUILOMBO CENTRAL – SORRISO NEGRO –

20: 00h – BANDA DE REAGGE DO BRANCA

DIA 19 DE NOVEMBRO – Sábado

08: 00h ÁS 12: 00h – RODA DE MEMÓRIA NO ESPAÇO CULTURAL MOCAMBO – AÇÕES DE TROCAS DE SABERES E FAZERES. ENCONTRO DOS MESTRES GRIÔS (GUARDIÕES DA MEMÓRIA) COM DISTRUBUIÇÕES DE SEMENTES DE BAOBÁ COM A PARTICIPAÇÃO DA ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL PAROBÉ.

09: 00 h – SEMINÁRIO SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA

SES/ MINISTÉRIO DA SAÚDE / CEPPIR GHC

14: 00h – SEMINÁRIO SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA

SES/MINISTÉRIO DA SAÚDE/CEPPIR GHC

17: 00h – BLOCOS CARNAVALESCOS- MOCIDADE DA BONJA, TURUCUTÁ, DO JEITO QUE TÁ VAI, AFROXÊ.

DIA 20 DE NOVEMBRO – Domingo

09: 00h APRESENTAÇÕES DE PROJETOS SOCIAIS-

14: 00h MALIC PRODUÇÕES CULTURAIS (show CASA DA SOGRA AS 16H)

18: 00h BRASIL ESTRANGEIRO

20: 00h ESTADO MAIOR DA RESTINGA

DIA 21 DE NOVEMBRO – Segunda-feira

14: 00h SEMINÁRIO DO FORMA-MATRIZES AFRICANAS

17: 00h ENCONTRO DOS RELIGIOSOS COM A MARCHA ZUMBI EMBAIXO DO VIADUTO DA BORGES.

18: 00h CHEGADA DA MARCHA ZUMBI DOS PALMARES NO QUILOMBO CENTRAL.

20: 00h ENCERRAMENTO

sábado, 12 de novembro de 2011

JAH COMEÇOU A REVOLUÇÃO MUNDIAL!!!! TE LIGA AÊ!!!

REVOLUÇÃO MUNDIAL! http://occupywallst.org/

Ocupam Wall Street é movimento de resistência sem líderes com pessoas de muitas cores , gêneros e orientações políticas. A única coisa que todos nós temos em comum é que We Are The 99% que não vai mais tolerar a ganância ea corrupção do 1%. Estamos usando o revolucionário Primavera árabe tática para alcançar os nossos fins e incentivar o uso da não-violência para maximizar a segurança de todos os participantes.

Este movimento # ows capacita pessoas reais para criar uma verdadeira mudança de baixo para cima. Queremos ver uma assembléia geral em cada quintal, em cada esquina, porque não precisamos de Wall Street e não precisamos de políticos para construir uma sociedade melhor.


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O OUTRO LADO DA USP

Respeitei o cara! Vale muito a leitura! Um relato de muita consciência e concientização referente à toda a população brasileira! Parabéns! e com todo respeito vou colar!

retirado do blog: http://bloglog.globo.com/ticosantacruz/

O outro lado da USP

Seja bem vindo.

Primeiro quero deixar claro que antes de escrever este texto pesquisei sobre a questão da ocupação da Reitoria da USP, por entender que as notícias que estavam sendo passadas, assim como as mensagens enviadas nas Redes Sociais não faziam qualquer sentido.

Acreditar que alunos de uma das Faculdades mais importantes do país, se mobilizaram numa ação que ganhou tamanha proporção, por desejarem usufruir do direito ainda ILEGAL de fazer uso de MACONHA dentro do Campus, me parecia inconcebível.

Perdi minha ingenuidade há tempos e sou muito curioso, de modo que entendo o papel da imprensa, sou TOTALMENTE A FAVOR DA SUA LIBERDADE DE ATUAÇÃO, mas reconheço que existe por trás de grande parte dos veículos de comunicação de massa, interesses políticos e variáveis que me fazem sempre questionar “A QUEM INTERESSA DETERMINADA NOTÍCIA”.

Sendo assim, baseei minha pesquisa em Blogs, textos de docentes da Universidade, alunos ( contra e a favor ) e jornalistas que buscaram uma visão imparcial, para que realmente não cometesse o equívoco da preguiça e julgasse de forma superficial uma questão tão discutida nos últimos dias.

Não entrarei no mérito infantil, relacionado a qual classe social pertencem os alunos que invadiram a Reitoria, tendo em vista que na busca por não ser injusto, precisaria pesquisar se as mensagens contra os “Filhinhos de papais e Playboys rebeldes” estariam sendo enviadas de computadores populares ou Máquinas de alto valor no mercado e isso me desviaria do foco.

Então, vamos aos fatos.

A invasão a Reitoria, não esta relacionada apenas com a prisão de TRÊS jovens que estariam fazendo uso de Maconha no Campus. Com um pouco de boa vontade, torna-se possível entender que a presença da PM no local não tem por intenção a mera e importante razão da Segurança. Para entender, é preciso que você perceba que existem motivações de ordem política nessa decisão.

Durante a gestão do Governador José Serra (2006-2010) , o nome do atual Reitor – João Grandino Rodas – foi escolhido através de um DECRETO publicado no dia 13 de Novembro de 2009. Seu nome era o segundo colocado numa lista de 3 indicações. O que quer dizer que RODAS não foi eleito pela comunidade acadêmica. Pelo histórico deste Homem, que já fora diretor da Faculdade de Direito, pode-se perceber que sua relação com a democracia no Campus, não é das mais amistosas. Recomendo a leitura COMPLETA deste artigo -http://altamiroborges.blogspot.com/2011/11/quem-sao-os-vandalos-da-usp.html?spref=tw - onde se encontra o título “ A Face autoritária do Reitor da USP” - Trechos como este, poderão lhe ajudar a entender melhor –

Na gestão de Rodas, estudantes têm sido processados administrativamente pela Universidade com base em dispositivos instituídos no período militar. Num dos processos, consta que uma aluna — cujo nome ficará em sigilo — agiu contra a moral e os bons costumes. Dispositivos como estes foram resgatados pela USP.”

“O reitor também recebeu o título de persona non grata por unanimidade na Faculdade de Direito, que apresenta uma série de denúncias contra a gestão do ex-diretor, acusando-o de improbidade administrativa, entre outros crimes.”

(Autora Ana Paula Salviatti, publicado no sítio Outras Palavras )

Neste mesmo Blog, encontra-se a Nota da Congregação da FFLCH - Responsável pelo questionamento da presença da PM da forma como esta sendo feita.

Uma outra leitura importante, para entender o que se passa, é a do texto de Raquel Rolnik – Muito além da presença ou não da PM no campus da USP (http://raquelrolnik.wordpress.com/2011/11/04/muito-alem-da-polemica-sobre-a-presenca-ou-nao-da-pm-no-campus-da-usp/

) . Raquel é Professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. ** Alguém que, em tese, tem condições de abordar o assunto com propriedade.

“Para além da polêmica em torno da ocupação da Reitoria, me parece que estão em jogo nessa questão três aspectos que têm sido muito pouco abordados. O primeiro refere-se à estrutura de gestão dos processos decisórios dentro da USP: quem e em que circunstâncias decide os rumos da universidade? Não apenas com relação à presença da Polícia Militar ou não, mas com relação à existência de uma estação de metrô dentro do campus ou não, ou da própria política de ensino e pesquisa da universidade e sua relação com a sociedade. A gestão da USP e de seus processos decisórios é absolutamente estruturada em torno da hierarquia da carreira acadêmica.

Há muito tempo está claro que esse modelo não tem capacidade de expressar e representar os distintos segmentos que compõem a universidade, nem de lidar com os conflitos, movimentos e experiências sociopolíticas que dela emergem. O fato é que a direção da USP não se contaminou positivamente pelas experiências de gestão democrática, compartilhada e participativa vividas em vários âmbitos e níveis da gestão pública no Brasil. Enfim, a Universidade de São Paulo não se democratizou.”

Estas e outras PARTES contidas no texto, são fundamentais para uma avaliação da crise.

No site do DCE livre da USP - http://www.dceusp.org.br/2011/10/souto-maior-ninguem-esta-acima-da-lei-mas-quem-e-ninguem-o-que-e-a-lei/#.TrHaGdvbJas.facebook - há uma abordagem interessante, escrita pelo Professor da Faculdade de DIREITO da USP – Jorge Luiz Souto Maior - a respeito da Declaração do atual Governador de SP, Geraldo Alckmim, “Ninguém está acima da lei”. Levando o questionamento as questões Republicanas, pelas quais são baseados nosso regime democrático.

““Ninguém está acima da lei”, traduz um preceito republicano, pelo qual, historicamente, se fixou a conquista de que o poder pertence ao povo e que, portanto, o governante não detém o poder por si, mas em nome do povo, exercendo-o nos limites por leis, democraticamente, estatuídas. O “Ninguém está acima da lei” é uma conquista do povo em face dos governos autoritários. O “ninguém” da expressão, por conseguinte, é o governante, jamais o povo. Claro que nenhum do povo está acima da lei, mas a expressão não se destina a essa obviedade e sim a consignar algo mais relevante, advindo da luta republicana, isto é, do povo, para evitar a deturpação do poder.”

E continua, mostrando que há algo ALÉM DA MACONHA.

“E, ademais, qual é a verdade da situação? A grande verdade é que os alunos da USP não estão querendo um tratamento especial diante da lei. Não estão pretendendo uma espécie da vácuo legal, para benefício pessoal. Para ser completamente, claro, não estão querendo fumar maconha no Campus sem serem incomodados pela lei. Querem, isto sim, manifestar, democraticamente, sua contrariedade à presença da PM no Campus universitário, não pelo fato de que a presença da polícia lhes obsta a prática de atos ilícitos, mas porque o ambiente escolar não é, por si, um caso de polícia.”

A presença da PM no ambiente acadêmico, inibe manifestações políticas, e cria constrangimentos aos movimentos reivindicatórios que são naturais num local onde existem centenas de pessoas convivendo democraticamente.

Se não é da natureza do cidadão em geral, se envolver em questões relacionadas a política e ao que é público no Brasil, o erro esta no DESINTERESSE DO POVO, e não nas Ações de quem decide exercer o livre direito de contestação de alguma lei ou regra vigente.

Nessa parte, usarei como referencia o ótimo texto do Jornalista André Forastieri - http://bubot.com/a4504 - “O choque na USP e a militarização de São Paulo”.

Onde o jornalista faz uma excelente analogia a quem acha que pelo simples fato de algo ser LEI, não possa vir a ser QUESTIONADO e até mesmo não comprido.

“ Os argumentos contra os ocupantes da Reitoria da USP são Pífios. Eles quebraram A lei? Primeiro, se quebram, não importa; Leis não existem para serem obedecidas cegamente: A lei é para ser desobedecida e QUESTIONADA abertamente quando INJUSTA. Não é Possível aplaudir as rebeliões contra Mubarak e Kaddafi, ou a ocupação de Wall Street e recriminar os Uspianos por não seguir a lei.”

Colocação perfeita a meu ver.
O Brasileiro esta tão condicionado a viver como um Gado, com alguém lhe dizendo o que fazer e como se comportar, que não se identifica com aqueles que se voltam contra determinadas injustiças. É por isso também que aplaudimos o que se faz lá fora e recriminamos quando é feito por gente nossa.

Marcelo Rubens Paiva, faz um excelente artigo para o ESTADÃO, quando aborda os resquícios da ditadura envolvidos na cortina de fumaça da MACONHA no Campus da USP - http://blogs.estadao.com.br/marcelo-rubens-paiva/posse-de-maconha-nao-e-crime/

Aborda a questão do abuso de autoridade por parte dos policiais e da insistência em abordagens direcionais em busca de entorpecentes e de quebra ainda nos brinda com um pouco de conhecimento CONSTITUCIONAL – com o artigo 11.343/06 – que trata da posse de ENTORPECENTES.

O BLOGUEIRO - Pablo Ortellado - http://www.gpopai.org/ortellado/ - no texto – “A cortina de fumaça na segurança da USP” menciona alguns equívocos praticados pela Força policial no Campus e levanta mais uma vez a questão do VERDADEIRO OBJETIVO do convênio assinado em Reitoria e a PM ( Governo do Estado ) no intuito de reprimir os movimentos estudantis e movimentos sindicais.

Ou seja amigos, como apostava, a questão da Invasão não esta ligada apenas aos “MACONHEIROS” e “Playboys” e “Filhinhos de papai” que estudam na USP. Se o acesso a universidades no Brasil esta ligado ao fator FINANCEIRO, isso é mais um ponto critico que deveríamos questionar em nosso sistema.

Apenas 4% da população desse país chega numa universidade, isso é uma VERGONHA NACIONAL. Desses 4%, transforme em 100% e descubra quem apenas uma MINORIA consegue concluir o ensino. Ainda com um diploma na mão, existe um índice altíssimo de desemprego e pior, de ANALFABETOS FUNCIONAIS vagando pelo nosso território.

Não usarei este espaço para defender a desordem e nem a depredação do Patrimônio PÚBLICO, mas é engraçado ver gente que é INDIFERENTE A CORRUPÇÃO e ao Vandalismo POLÍTICO praticado por políticos que assaltam há séculos nossos cofres PÚBLICOS e a condenação IMEDIATA E INSTANTÂNEA dos alunos por conta de um episódio nublado e mal noticiado.

No mais, como pessoa pública e artista que se sente no direito de observar e decupar os acontecimentos desse país, em meio a tantos julgamentos e tanta besteira ESCRITA em redes sociais, me senti no dever de pesquisar e buscar entender o que está de fato acontecendo na USP.

Não sou paulista e nem estudante universitário, mas também não sou IDIOTA e nem ingênuo para acreditar dessa DEMONIZAÇÃO do movimento praticado pelos alunos.

O objetivo é claro amigos – INTIMIDAR E associar qualquer mobilização que contenha um pouco mais de energia e força – a RÓTULOS que inibam outras frentes de ATUAÇÃO e enfrentamento do ESTADO. É o jogo fácil de vender as idéias sem que os CONSUMIDORES se dêem conta do que estão CONSUMINDO.

De fato, foi trabalhoso fazer a pesquisa e escrever este texto.

Mas, me sinto menos ESTÚPIDO ao não repetir o PARADIGMA da preguiça que tanto nos corrói.

Mais uma vez estamos sendo jogados UNS CONTRA OS OUTROS, enquanto so verdadeiros BANDIDOS se mantém inatingíveis.

Por fim, não se pode mandar nenhum dos estudantes para a PENITENCIÁRIA, como foi noticiado por alguns jornais, porque para chegar a uma PENITENCIÁRIA é preciso ser JULGADO E CONDENADO. Mais uma intimidação patética que vários engoliram sem perceber.

Se você chegou até aqui e leu os artigos, tire suas conclusões, só não me espere alguém lhe explicar essa questão em 140 caracteres.

Deixo outras fontes de pesquisa:

http://www.twitlonger.com/show/e1ihbm

http://br.noticias.yahoo.com/blogs/on-the-rocks/ordem-%C3%BCber-alles-154621229.html

http://www.twitlonger.com/show/e1iemf

Boa leitura.

Tico Sta Cruz

terça-feira, 1 de novembro de 2011

CIDADE BAIXA DO CARNAVAL E SAMBA ROCK

CIDADE BAIXA DO CARNAVAL E SAMBA ROCK

por Alexandre Santos Castro*

Quem não visita porto alegre há muito tempo, com certeza hoje em dia irá se impressionar com o bairro Cidade Baixa. Neste bairro que antigamente habitou um quilombo, conhecido como Ilhota e futuramente o Areal da Baronesa, hoje se concentra o maior número de bares e casas noturnas por metro quadrado da cidade. Mas qual será o motivo de tamanha densidade de casas noturnas nessa região? Provavelmente por diversos motivos geográficos, como proximidade ao Centro, a Universidade, ao lago Guaíba, mas acredito também, que outros fatores são muito marcantes e determinantes para tal fenômeno. E que neste pedaço de terra originaram-se e desenvolveram-se as maiores manifestações culturais dos negros porto alegrenses, como o Carnaval de rua e o ritmo samba rock, com suingue inconfundível de Bedeu.

Segundo o livro "Fragmentos Históricos do Carnaval de Porto Alegre",[1] o Carnaval (do povão) de Porto Alegre é o carnaval que surgiu nos bairros pobres como o Areal da Baronesa e Colônia Africana. O primeiro assim chamado por ser na beira do rio (uma praia, posteriormente aterrada e onde hoje é a Praça Cônego Marcelino) e que tem esse nome por antigamente pertencer a Baronesa (esposa do Barão de Gravataí), e o segundo pelo numero de negros que ali fixou residência. Foram o local onde os escravos libertos passaram a morar após a abolição da escravatura.

O Areal era um reduto totalmente carnavalesco, a partir dos anos 1930 já existem noticias em jornais de grupos com nomes de Ases do Samba, Nós os Comandos, Seresteiros do Luar, Nós os Democratas, Viemos de Madureira, Tô com a vela, Os Caetés e mais recentemente, os Imperadores do Samba, todos tiveram origem no Areal. Foi onde surgiu o Rei Negro (Seu Lelé), primeiro Rei Momo Negro da cidade, e os primeiros coretos populares de bairro.

Em 1946, mais precisamente em 4 de dezembro nascia, no Areal da Baronesa, Jorge Moacir da silva, o Bedeu. Vivendo num bairro pobre e reduto da vertente africana em Porto Alegre, teve sua formação musical influenciada diretamente pelos negros carnavalescos habitantes do bairro. Iniciou sua carreira musical em São Paulo mas foi retornando a porto Alegre em 1975 que fundou o grupo Pau Brasil. Grama verde, Massagem e pau Brasil são alguns dos sucessos do conjunto, que até hoje são regravados por diversos artistas do cenário nacional.

Com um ritmo original e diferente ao resto do país, o samba rock de Bedeu, recebe o nome em nossa cidade de suingue, delegando ao músico o título de “Rei do Suingue”. Em 1999 faleceu Bedeu, mas seu suingue e suas músicas continuam embalando as pistas de dança de nossa cidade.

Estes dois exemplos de movimentos culturais, também contribuem para que o bairro Cidade Baixa apresente em sua essência essa característica boemia, sendo palco das maiores manifestações artísticas brasileiras dos negros do sul do Brasil. Com certeza almas carnavalescas e com muito suingue, perambulam por entre bares e casas noturnas da região, dançando e cantando nossas raízes.

Referência

[1] Garcia, Heitor Carlos Sá Britto. Fragmentos Históricos do Carnaval de Porto Alegre. Edição X. Local de publicação: Editora, ano de publicação 2006. ISBN

* Alexandre Santos Castro, bacharel em Ciências Econômicas pela UFRGS e Músico e compositor filiado a OMB.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

DREADS NA CABEÇA

Dreads na Cabeça - Revista Raça Brasil


Dreads na cabeça
Eles são sinônimos de luta, imponência e respeito, porém, exigem cuidados em sua criação e manutenção. A boa notícia é que uma nova técnica em São Paulo permite dreads com aparência de verdadeiros e que podem ser retirados sem cortar o cabelo antigo. Que tal?TEXTO E PRODUÇÃO SIMONE DIAS FOTOS RAFAEL CUSATO MAQUIAGEM REGIANE CERCHINI
No mundo moderno o que vale é a praticidade, mas sem perder o estilo. A maioria das pessoas, principalmente mulheres que usam cabelos mais longos, admira e quer aderir ao visual dreadlocks, ou simplesmente dreads. Mas o medo de ter de cortar o cabelo bem curto inibe a mudança radical. Difícil decisão! Pensando nisso, a cabeleireira Chris Oliveira, da Cia das Tranças, em São Paulo, inventou uma nova técnica que não exige nenhum sacrifício. “Criei esse dread que pode ser tirado depois sem danificar em nada o cabelo. Tem a aparência de verdadeiro e pode ser usado por até seis meses, fazendo manutenção a cada dois meses, em salão”, diz Chris. Em outras palavras, não é preciso cortar o cabelo antigo quando não quiser mais usar o dread.
"PENSANDO EM UMA SOLUÇÃO CRIEI ESSE DREAD QUE PODE SER TIRADO DEPOIS SEM NADA DANIFICAR O CABELO, TEM A APARÊNCIA DE VERDADEIRO E PODE SER USADO POR ATÉ 6 MESES, FAZENDO MANUTENÇÃO A CADA 2 MESES”



O processo se resume em trançar o cabelo com apoio de lã e depois cobrir a trança com cabelo sintético da Kanekalon-afrelle que é uma fibra com aparência de cabelo mais crespo e uma textura suave.
O processo todo ainda é mantido em segredo, mas ela garante que o cabelo não sofre dano nenhum. Ufa! Uma ótima alternativa para quem quer usar e retirar após alguns meses





VANESSA CORREIA, ANALISTA FINANCEIRA, 28 ANOS, SÃO PAULO: “desde 2004 vinha procurando novos “looks”, quando me deparei com a Cia das tranças by Chris, a partir daí dei inicio as minhas transformações... Comecei usando os dreads sintéticos. E atualmente, uso os dreads criado por Chris, um método de aplicação rápido, sem dor e prático para correria do dia-a-dia.”








ANDRÉ MILAGRES, MODELO E EMPRESÁRIO, 24 ANOS, CURITIBA-RS: “Eu adorei o novo visual, minha agência adorou também, quando resolvi fazer a matéria não imaginei que iria gostar tanto. Resolvi manter os dreads por um bom tempo. No sul tem muitos negros e brancos que fazem dreads, é moda por lá. Não tive ainda contato com o preconceito em relação as dreds, só elogios!”









Outras Opções
Dread tradicional – É o método mais difícil de fazer, exige tempo e dedicação, mas é a forma natural, aquela usada por civilizações antigas. O processo consiste em lavar os cabelos com xampu e, à medida que crescem, ir enrolando com a palma das mãos, formando os dreads. Recomenda-se lavar somente após 15 dias. Atenção: este método exige cabelos curtos (outros tipos podem não dar a forma básica) e fica difícil mantê-los limpos.
Dread com cera - Pode ser feito em qualquer tipo de cabelo, mas é necessário um comprimento acima de 10 centímetros, no mínimo. O processo consiste em dividir o cabelo em pequenos tufinhos de dois centímetros mais ou menos e embaraçar os cabelos com um pente de ferro, penteando da raiz as pontas. Depois, com todo o cabelo dividido e embolado, aplica-se a cera em cada um dos dreads, para fixá-los. Esse método exige manutenção de cera e que os dreads sejam enrolados frequentemente com as palmas das mãos. Para retirá-lo, só cortando. “Muito cuidado na hora de escolher a cera. Ela deve ser especial, preparada para esse tipo de trabalho. A cera é um produto como qualquer outro, tem validade e não sai mais do cabelo se o produto for ruim, gerando alguns problemas como irritação no couro cabeludo, queda de cabelo, mau cheiro, entre outros”, diz ivan tchagas, dreadmaker do grupo O Rappa.
Dread com agulha – É o processo mais comum e recomendado atualmente, segundo Ivan Tchagas, dreadmaker do grupo O Rappa. É dolorido, mas o resultado é bem superior, obtendo dreads compactos e limpos. “Deve-se estudar o trabalho do profissional antes de fazer. Exige cuidado e atenção para não machucar o cliente, diz. Divide-se o cabelo e penteia, como no processo com cera, da raiz as pontas. Após, costura-se com uma agulha de crochê. A manutenção frequente é muito recomendada para corrigir problemas (como os fios que soltam com o tempo) e dar aparência de novo.

“Depois que passei a usar os dreads, muita coisa em minha vida mudou. Eles trouxeram muitos benefícios, sou referência em eventos. Recebo poucas críticas, que não me abalam. Sou mais eu”, diz Flavio Inocêncio ou Pixote, 23 anos.










Eles são sinônimos de luta, imponência e respeito, porém, exigem cuidados em sua criação e manutenção. A boa notícia é que uma nova técnica em São Paulo permite dreads com aparência de verdadeiros e que podem ser retirados sem cortar o cabelo antigo. Que tal?















TEXTO E PRODUÇÃO SIMONE DIAS FOTOS RAFAEL CUSATO MAQUIAGEM REGIANE CERCHINI





















Cuidados Especiais
Alguns cuidados essênciais para garantir dreads limpos, brilhantes e saudáveis por muito mais tempo.
Lavar com shampoo antiresíduo ou sabonete de côco, ele vai deixar o cabelo livre de impurezas.
Usar sempre um tônico capilar apropriado ao tipo de cabelo. A cabeleireira Chris, da Cia das Tranças, recomenda a linha da tricofort,http://www.tricofort.com.br/
Secar muito bem o cabelo com secador ou ao sol.
Evitar lavar a noite, evitando assim dormir com ele molhados ou úmidos. Isso dificulta a proliferação de fungos prejudiciais aos fios e a sua saúde.
Não deixe de fazer a manutenção no salão a cada 2 meses, garantindo fios bonitos e desfrizados.














Registros apontam que os primeiros povos a utilizar os dreads foram os indianos, núbios, egípicos e africanos. Pela praticidade eles torciam pequenas mechas com as palmas das mãos, utilizando o óleo natural do couro cabeludo, diminuindo o volume e o tamanho natural do cabelo.

Algumas escrituras Vedic, dos seguidores de Shiva, apontam seu início entre 2500 e 500 aC. Alguns egípcios cobriam os dreads com adornos de ouro.