A Lei Áurea já nos consumiu comemorações ruidosas, festas; escritos e considerações, por quase um século, atribuindo-lhe valores e utilidades que não teve. Que não tem. Sua autoria “dada” à Princesa Isabel, teve o objetivo de materializar a gratidão da mulher ao negro: “ser a sua paga, única”. Feito o pagamento, a mulher, induzida pelos mesmos “senhores”, vira as costas ao negro no seu abandono, dele. A Lei Áurea, – no presente como no passado - uma ante-Lei. Em não criar punição de nenhuma espécie ou em não aventar com a indenização ao escravizado de quatro séculos, “se acaba com a escravidão, perpetua a figura do escravo”. Procede dizer, à Lei Áurea deve-se a continuidade de focos de trabalho escravo, em pleno Séc. XXI; e pior, sem punição alguma, sob o amparo da anterioridade. Ainda assim o negro, por longos anos o acolheu, o festejou. O ver a desimportância da Lei Áurea não se deve à “ingratidão do negro”: Não. Devemo-lo ao exílio! O exílio tem sido de grande importância para o negro brasileiro.

-“Desde os anos sessenta, as descrições fantasiosas do passado do Brasil eram refutadas por cientistas sociais como Florestan Fernandes e Fernando Henrique Cardoso, etc.... Em geral estes autores refutavam o significado do 13 de Maio...” (Mario Giesti). Sabem onde se encontravam os dois? No exílio. Também no exílio Darcy Ribeiro esboçou o seu “O Povo Brasileiro”, de conteúdo épico e dissertação brilhante. Prevendo futuro auspicioso sem apontar para a reparação dos erros do passado, como se fosse possível. Retrocederíamos, nesta linha a Nina Rodrigues. Médico e pesquisador dos mais brilhantes, sentia-se um “exilado” dos prestígios. Nina fez o que lhe foi possível. Para fechar este tópico socorro-me do médico e historiador Luis Mir – (Guerra Civil Estado e Trauma): A história da escravidão, da abolição e da pós-libertação foi uma luta contínua pela etnia dominante para evitar, em qualquer grau ou acordo, a reconciliação com as etnias subjugadas”
cont.
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